16 de nov. de 2008

sem espelho para o coração

Hoje li algo interessante: “quando eu olhar no espelho, leia-se: em construção.” 
Na verdade, do espelho não verei muita coisa de minha obra. Preciso de um espelho que vê por dentro. Além dos órgãos. Preciso de uma visão mais profunda. Translúcida. Porque enxergo de olhos fechados agora. Sinto com mãos estáticas. Avalio amizades, trabalho, família. Só não consigo avaliar amor. Ele não é dado a análises. E muito menos curte dar as caras. Perdão, eu errei. Ele tem sim várias caras. Quem não se mostra é o coração. Medo de seqüestro, talvez. Eu acho tudo isso uma baboseira. Coração se se mostrasse, daria apenas a certeza de que existe. E roubar para quê se tenho um igualzinho batendo no peito? E bateria mais forte se enxergasse esse outro que nunca se mostra. 
Bate sozinho então. 

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