15 de set. de 2010

chega de palhaçada ne minha gente?!

Estou cansado. Cansado de me desculpar por estar mau humorado. Cansado de ser o grosso, o sem-paciência. Cansado de ter que ouvir ladainha no meu ouvido e não poder me irritar com os absurdos que me jogam gratuitamente.

Cansei de ouvir amiga com 30 anos nas costas se justificar como uma pecadora porque deu ou não deu para determinado cara da balada por isso e por aquilo. Não sou psicólogo e muito menos pai desse povo para ter que puxar orelha de todo mundo. Passou da hora de assumirmos uma postura e pronto. Sem defesa, sem justificativa, sem culpa. Quer dar, vai dar. Não quer, fica em casa e lide bem com suas decisões. Ninguém precisa achar que você é uma santa arrependida ou um puta modernete. Seja santa ou seja puta dentro dos seus conceitos e viva bem assim. Sustente sua verdadeira imagem ao invés de vender aquela que você acha que os outros vão achar mais bonitinha e aceitável.

Cansei de ser obrigado a curtir o amigo que curte a euforia de um pós-término de namoro e precisa divulgar essa suposta felicidade para os quatro ventos, rezando para que um desses ventos leve as notícias direto aos ouvidos do ex. Felicidade não é algo que se mostre, e sim algo que todo mundo, uma hora ou outra, acaba percebendo. As mudanças são verdadeiras quando acontecem dentro da gente, e não fora, ao alcance de uma rede social. Vamos viver minha gente, vamos nos preocupar em mover a vida para algum lugar mais interessante do que onde, hipoteticamente, vive o pensamento do outro.

Cansei de ter que me submeter ao ritmo de meus pais que não conseguem entender que, por não morar mais na mesma casa que eles, o meu ritmo mudou. Cansei de ter que me adaptar só por ser mais novo e supostamente dever respeito aos mais velhos. Porque eles não podem se esforçar e entender que minha energia é diferente e não preciso devolver o amor que eles dão no mesmo nível? Todo mundo se adapta nessa vida. Oferecer amor não é ficar esperando a conta bancária alheia contabilizar na sua conta a compensação do gasto anterior. Se for assim, vai poupar que rende mais.

Quero ser mau humorado sim, sem culpa. O mau humor não nasce por geração espontânea, alguém já parou para pensar nisso? Ele pode muito bem ter a faísca produzida pelo outro. Custa olhar pra dentro e perceber isso? Custa olhar no espelho e perceber o papel ridículo que todos nós, um dia, passamos a interpretar?

Chega de máscaras. Chega de querer parecer feliz ou ser “aquele que aproveita ao máximo a vida e todo mundo precisa estar ciente disso porque é assim que os vencedores são”. Vamos viver nossas vidas com mais honestidade, mais objetividade, mais clareza. Se eu quero passar o sábado num maldito sofá ou pulando de bungee jump na Mongólia, que eu faça isso para suprir um desejo interno de felicidade, sem testemunhas para provar, justificar ou levar adiante essa informação.

Vamos viver para nós mesmos, individualmente. E compartilhar a honestidade de nossas decisões. Tem coisa mais ridícula no mundo do que recadinho para sujeito indeterminado no MSN? Tem coisa mais ridícula do que dar bom dia ao sol e céu azul no twitter para parecer que está feliz e super bem resolvido depois de um termino difícil de namoro. Chega gente. Tome tento! Leia alguma coisa interessante e passe pra frente. Isso é relevante. Se quiser chorar as mágoas, chame um amigo. Chore. Depois beba alguma coisa e converse sobre amenidades ou profundidades sem querer parecer isso ou aquilo. Sofrer todo mundo sofre na vida. Amigos estão aí para ouvir, os psicólogos mais ainda. Mas tudo tem limite nessa vida. Você não será inesquecível na vida dos outros se parecer que sofreu muito e agora aprendeu a dar valor ao que é inestimável. Para de querer provar ao mundo que você é merecedor de uma glória social. Manda essa culpa católica à merda.

Vai ser feliz minha gente. E deixa o mundo sentir isso, sem você precisar mostrar.