16 de ago. de 2007

para ver o sol

Ele sempre cuidou. Longe de qualquer dom natural para a psicologia, mais por um destino inexplicável. Ou não. Há quem diga: tudo o encontra por algum motivo.
Ele cuidou de todos. Nunca pediu em troca. Fazia por vontade. Por amor, algumas vezes. Amou algumas vezes. Teve dúvidas durante certo tempo de certas vezes. Amou três. Um trio: dois e um não-classificado.
E novamente há quem diga que ele não amou. Um desclassificado. Desqualificado, o tempo. Muito pouco tempo. As três palavras vieram mesmo assim.
Há quem diga muita coisa sobre ele. Mas ele não liga. Corta pela raiz. A raiz dos problemas é o contato. Tira da tomada. Curto. Um circuito. Acredita em cada um na sua vida. A sua, própria. Não a sua-minha, nossa, única. Duas: separadas.
Acabou. Ponto. Parágrafo, travessão. Não, a vida deixa de ser diálogo para vestir um monólogo. Está sozinho no palco. Mas curte. A sensação não é de abandono. Um abono.
Ele se diz cansado. Quer cuidado, para ele. Ao mesmo tempo ele perde a fé no amor de três vezes. Não quer mais contar. Como em todo clichê, ele começa a se amar. Perde para ganhar. Ganha para viver. E vive melhor do que ele esperava. Está feliz. Liberto. Aberto. Coberto. Ele se cobriu. Tapou os olhos do passado.
Ele quer amar. A vida. E quer companhia para amar. A vida.
Ele pensou ter encontrado. Outra vez faltou-lhe a classificação. Brincou o garotinho de pique-pega. Saiu na metade porque regras burladas graça encerrada. Não concedida.
Ele se diz cansado.
Está feliz. Vai viajar. Encontrar um dos amores. Hoje, fraterno.
Ele adora encontros. Surpreenda-o. Ele gosta. Mas só quando ele gosta. Caso contrário, ele corta. E cortou várias vezes. Umas três também. Talvez mais.
Ele é feliz agora. Orgulha-se de sua postura. Ela o faz olhar para frente e não pra cima por cima. Em frente. Assim ele caminha. Feliz. Aberto. Coberto pelo sol do inverno. Que ele sempre amou. O Sol. Aquece. O cuidado que ele queria e sempre teve. Agora ele repara. Sai coberto pelo Sol. Saí. E ando por aí de dia.

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